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  • Foto do escritorEdiangelo Alencar

"Masculinidade frágil, coisa de menino. Fui profano e sexo é divino" (Tiago Iorc)

Simplesmente um letra que me tocou muito. Não precisa dizer nada, somente contemplar, repensar, refletir e iniciar um processo a cada dia de ressignificar ainda mais nossas vidas, massacradas por um sociedade que ainda brinca com a nossa saúde emocional.


Confira o clipe e logo abaixo a letra.



Letra:


Masculinidade


Masculinidade Eu tava numa de ficar sumido Dinheiro, fama, tudo resolvido Fingi que não mas na verdade eu ligo Eu me achava mó legal Queria ser uma unanimidade Eu quis provar minha virilidade Eu duvidei da minha validade Na insanidade virtual Eu cuido pra não ser muito sensível Homem não chora, homem isso e aquilo Aprendi a ser indestrutível Eu não sou real Conversando com os meus amigos Eu entendi que não é só comigo Calar fragilidade é castigo Eu sou real Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Masculinidade frágil, coisa de menino Eu fui profano e sexo é divino Da minha intimidade, fui um assassino Que merda… Quando criança, era chamado de bicha Como se fosse um xingamento Que coisa mais esquisita Aprendi que era errado ser sensível Quanta inocência Eu tive medo do meu feminino Eu me tornei um homem reprimido Meio sem alma, meio adormecido Um ato fálico, autodestrutivo No auge e me sentindo deprimido Me vi traindo por ter me traído Eu fui covarde, eu fui abusivo Pensei ser forte, mas eu só fugi… E caí na pornografia Essa porra só vicia Te suga a alma, te esvazia E quando vê passou o dia E você pensa que devia Ter outro corpo, outra pica A ansiedade vem e fica Caralho, isso não é vida! Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Meu pai foi minha referência de homem forte Trabalhador, generoso, decidido Mas ele sempre teve dificuldade de falar O pai do meu pai também não soube se expressar Por esses homens é preciso chorar E perdoar… Essa dor guardada Até agora, enquanto escrevo Me assombra se o que eu digo é o que eu devo Um eco de medo O que será que vão dizer? O que será que vão pensar? A rejeição ensina cedo Seja bem bonzinho ou então vão te cancelar Que complexo é esse? Mamãe, é você? Me iludi nessa imagem, tentei me esconder Eu só posso ser esse Tiago Cheio de virtude, cheio de estrago Que afago crescer, aceitar


Ai, ai… Esse homem macho, machucado Esse homem violento, homem violado Homem sem amor, homem mal amado Precisamos nos responsabilizar, meus amigos A gente cria um mundo extremo e opressivo Diz aí, se não estamos todos loucos Por um abraço Que cansaço Cuidado com o excesso de orgulho Cuidado com o complexo de superioridade, mas Cuidado com desculpa pra tudo Cuidado com viver na eterna infantilidade Cuidado com padrões radicais Cuidado com absurdos normais Cuidado com olhar só pro céu E fechar o olho pro inferno que a gente mesmo é capaz Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Cuida, meu irmão Do teu emocional Cuida do que é real Minha alma é profunda e se a foga no raso Minha alma é profunda e se afoga no raso Minha alma é profunda e se afoga no raso Eu fico zonzo Fico triste Fico pouco Fico escroto Eu sigo à risca O que é ser homem Isso não existe A vida insiste O tempo todo Que eu repense O que é ser homem? O que é ser homem? O que é ser homem? O que é ser homem? O que é ser homem? Há tantos e tantos E tantos e tantos e tantos Possíveis homens Homem real e não ideal Ser homem por querer se aprender, todo dia Dominar a si mesmo Apesar de qualquer fobia: respeito Tem que ter peito Tem que ter culhão pra amar direito Vou dizer que não? Esperando sentado por salvação? Conexão, empatia, verdade Divino propósito: responsabilidade Deitar a cabeça no travesseiro e sentir paz Por ter vivido um dia honesto Ah… Ser homem exige muito mais do que coragem Muito mais do que masculinidade Ser homem exige escolha, meu irmão E aí?


Composição: Tiago Iorc / Mateus Asato / Tomás Troiá / Lux Ferreira



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